Entenda como as emoções afetam o desenvolvimento escolar

Estar feliz e se dar bem em uma prova. Estar triste e ver as notas do boletim despencarem. Quem já não viveu isso ou assistiu ao filho passando por essa situação? A princípio, a culpa do fracasso no desempenho escolar de crianças e jovens deve-se a inúmeros motivos, como falta de dedicação aos estudos, ausência de incentivo dos pais ou não entendimento do conteúdo explicado em sala de aula. Contudo, é importante destacar a grande influência das emoções no sucesso ou insucesso do estudante durante a vida acadêmica.

No post de hoje, vamos explorar diversos pontos que merecem a atenção de pais, professores e dos próprios alunos para entender como as emoções afetam o desenvolvimento escolar. Acompanhe!

Equilíbrio: mantendo o ritmo na escola

Manter o cotidiano familiar da criança equilibrado, sem constantes brigas entre seus membros, é fundamental para que ele não tenha prejuízos nas habilidades sócioemocionais, como organização, foco, segurança e concentração. Uma criança que vive em um ambiente familiar conturbado dificilmente passará ilesa durante a vida acadêmica e levará consigo traumas decorrentes da infância para a vida adulta, gerando prejuízos também quando ingressar no mercado de trabalho.

Uma pesquisa desenvolvida em 2014 pela Comunidade Internacional de Cooperação na Educação mostra que a ansiedade interfere diretamente no aprendizado da Matemática, assim como afeta a percepção do estudante sobre seu real potencial para o sucesso escolar e para o mercado de trabalho. A partir do cruzamento de dados de 3 mil jovens dos ensinos fundamental e médio foi possível concluir que, quanto maiores os níveis de ansiedade em avaliações, piores foram os desempenhos em Matemática.

Para entender por que as emoções têm forte influência no desenvolvimento escolar, é preciso compreender, pelo menos minimamente, como funciona a função da aprendizagem no cérebro.

Aprendizagem: complexo processo de interação

Além de ser considerada uma das habilidades neurais fundamentais para a sobrevivência, a aprendizagem pode ser definida como uma teia complexa que une o ser humano e suas novas relações com o meio ambiente. Com essa interação, é possível que o homem desenvolva habilidades essenciais para a vida. Como o cérebro do ser humano é mais desenvolvido do que o dos animais, consequentemente seu aspecto cognitivo e a adaptação ao mundo externo serão mais fáceis.

Cérebro Trino: instinto, emoção e inteligência

Criada em 1970 pelo neurocientista Paul MacLean, a Teoria do Cérebro Trino concentra três as unidades funcionais do cérebro:

Reptiliano ou instintivo

Este é formado majoritariamente pela medula espinhal, apresenta reflexos simples e primários, similares aos dos répteis. É também responsável por regular funções vitais básicas, a exemplo da fome, da sede e da temperatura corpórea.

Mamíferos inferiores ou cérebro emocional

O segundo cérebro é o dos mamíferos inferiores ou cérebro emocional. Além dos elementos existentes no cérebro reptiliano, esse segundo nível conta com o sistema límbico, que envolve emoções mais simples, o que é principal para o tema de nosso artigo.

Cérebro inteligente

Nos últimos tempos, desenvolveu-se o neocórtex, conhecido também como cérebro inteligente. O cérebro racional é o que nos diferencia dos demais animais, permitindo ao homem que ele possa desenvolver o pensamento abstrato e a capacidade de gerar invenções.

Características cerebrais, como a capacidade de produzir novos neurônios e novas redes neurais, a todo o momento facilitam a formação de novas memórias e, consequentemente, a consolidação da aprendizagem. Porém, os cientistas garantem que fatores negativos tais quais o estresse excessivo e a ansiedade podem comprometer quantitativa e qualitativamente a performance do estudante.

Por isso, é importante que pais, instituições e profissionais envolvidos nos processos de aprendizagem criem elementos para que a criança não vivencie estados emocionais negativos e possa desenvolver habilidades como autonomia, raciocínio crítico, liderança e tolerância. Dessa forma, todos os aspectos pontuados pelo pesquisador na Teoria do Cérebro Trino poderão ser desenvolvidos em harmonia e consonância com uma trajetória de sucesso na escola e na vida.

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